segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Normal

Ele olha pela janela e imagina como seria a vida longe de tudo que é normal, de tudo que é familiar aos seus olhos, de tudo que ele sempre viu, de tudo.
Sabe o nome de cada rua, a quem pertence cada carro na avenida principal.
Sua voz é conhecida por cada ouvido e seu estilo é observado por cada jovem, adulto e criança.
Ele não quer uma vida neste lugar normal, onde tudo é familiar e onde já viu tudo que era possível ver.
Seu espírito não pertence a este lugar onde seus pais o criaram.
O gosto em sua boca, o cheiro em seu nariz, a textura das coisas e o modo como enxerga não são os mesmos desde que ele completou 18 anos.
Seus amigos mudaram e seu carater seguiu caminho contrário ao deles.
Comparado a garotos/homens da sua idade ele é um ancião. Não que ele seja precoce, mas sim por ser mais inteligente.
Algo naquele lugar normal era familiar para ele que via tudo e o alegrava só pelo cheiro da manhã, pois a manhã mostrava que mais um dia começava e que seu futuro longe dali estava próximo.
Seu nome era único na cidade, na sua idade e entre os amigos.
Não era estranho, mas era distante, completo, sem complementos e sem vícios ocultos.
Ele tinha sentimentos, mas não gostava de ferí-los e por isso não feria os de ninguém.
Claro que ele ria. Ele ria da vida, das pessoas idiotas, dos atos idiotas e de quem se priva de tudo por medo.
Seu nome não é importante, ainda. Mas se sentirá alguém ao deixar tudo que é normal, tudo que é familiar aos seus olhos, tudo que ele sempre viu, tudo, e for para longe dali levando apenas em seu coração oque este lugar o ensinou, tudo.
Ao se virar de costas para a janela, ele vê suas malas prontas e suas passagens compradas.
Ele irá ganhar o mundo e se der mal continuará a enfrentá-lo.

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