terça-feira, 26 de julho de 2011

Eu vi um morto e não vivo!

Ontem vi um homem morto.
Não era desses mortos que andam por aí, era morto sem cabeça, morto sem vida, morto com moto.
Foi a moto que o havia matado ou foi a moto que o fez morrer?
Não sei.
Oque sei é que ela estava a mais de 50 metros de onde o morto sem vida estava.
Eu fico chamando de morto, mas poderia ser uma morta.
Como não tinha cabeça continuo chamando de morto mesmo que é mais cruel.
Esse morto me fez pensar que talvez eu também esteja morto e sem cabeça, igual a ele, ou ela (estranho não saber o sexo).
A pouco mais de um metro de distância de mim estava este morto não vivo.
Essa pouca distancia me fez pensar que por alguns instantes não poderia ser eu.
Peraí!! Mas eu não dirijo moto!!
Ops, é pilotar o correto, né?
Tá vendo? Nem sei mesmo!
Mas por algumas diferenças em nossos destinos eu poderia mesmo estar no lugar dele.
E ao imaginar isso eu penso em outras coisas.
Penso que quando eu ficava chateado com os bonitões, da escola que zombavam de mim, eu poderia ter sido um deles se eu tivesse me vestido ou cortado o cabelo diferente.
Eu poderia ser aquele menino gay afeminado que os outros ridicularizam por chorar por causa da Lady Gaga, era só eu ser mais novo.
Eu posso ser um desses mortos que ainda andam por aí.
É, meu amigo, eu posso estar morto agora e aquele motociclista (acertei agora) pode estar mais vivo que eu.
Estou vivendo desde ontem como se eu estivesse morto só pra ver se alguém nota.
Estou tentando não chamar a atenção só para mim e ficar quieto e em silencio nos momentos corretos.
Quero ver se consigo me colocar no lugar das pessoas que estão mortas-vivas e se entendo porque são assim.
É deixa eu ir que esse texto ficou estranho até pra mim.

Mas acredite: EU VI UM HOMEM SEM VIDA E EU JÁ VI MUITOS MORTOS-VIVOS ANDANDO POR AÍ SEM SEREM NOTADOS.