Começo de dezembro, Rio de Janeiro.
Lúcia, em meio a um dia daqueles, diz a Afrânio:
-Por que tanto calor durante esta noite?! Logo hoje quando pensei em dormir com meu cobertor novo.
Afrânio faz aquela cara e pensa consigo:“De onde ela tirou essa idéia?! No mês de dezembro em pleno verão carioca. Nesta época o calor é bem pior a noite. Por que ela quer dormir com isso?!”
-Afrânio?! Afrânio?! Estou falando com você, Afrânio.
-Ahm?! Como?! – diz ele retornando de seus pensamentos.
-Meu cobertor, Afrânio, você lembra? Você disse que eu poderia usar quando quisesse.
-Pra começar está muito quente e ... – ela o interrompe, como sempre.
-É claro, estamos no verão. Você quer que eu durma de cobertor no verão? Não, né?! Estou dizendo de usar ele hoje. Entende? – ela termina a frase com um piscar de olho.
-Mas lúcia, é isso que eu queria te dizer desde ontem na loja...
-O que?!!!! – outra interrupção.
-Entramos na loja de artigos religiosos, lembra?
-Sim, prossiga.
-E daí que você não comprou um cobertor tecido por monges do Tibet, como você supôs.
-Não?!?!?!?! – agora ela afastara o 'cobertor' de si – O que é isso então?
Afrânio sufoca a vontade de rir e fala categoricamente:
-Uma cortina de veludo de um centro de Magia Negra.
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