sábado, 24 de julho de 2010

AMH3108

Era um tolo, mas sempre sorria ao ser elogiado.
Era visto como um imbecil, mas era apenas um tolo.
Foi sua mãe quem percebeu e talvez a única que não tinha uma opinião a seu respeito, porém ele ainda era o tolo.
Ao ser ridicularizado ele olharia nos olhos, abria um sorriso amarelo e, de repente, a pessoa se perdia em seus pensamentos.
Ele casou.
Quem diria, o tolo casou.
Pois é, mas ela não era tola e isso não ajudou na relação.
O tolo era definido por um ato: Emprestar algo e não pedir de volta.
Ambições? Sim, muitas, mas nunca saberemos, pois o tolo se foi embora.
Naquela manhã, após se despedir da esposa ele se dirigiu até a casa de sua mãe para dar o costumeiro beijo de bom dia. Ao verificar o sinal livre, ele andou até a outra calçada e antes que pudesse chegar até o meio da avenida algo o tirou de sua rota.
AMH3108, foi a única e última coisa que viu.
Nenhum choro mudaria o acontecido.O tolo se foi.
Após sua morte perceberam que ele não era o tolo, mas que sim todos nós somos, pois há sempre algo tolo em nós que os outros ridicularizarão.

3 comentários:

  1. É, as pessoas são isso aí: vários tolos até formar uma pessoa só. Faça-a engolir uma bomba. Quando explodir, verá que se dividirá em vários pedacinhos, em vários tolinhos.

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  2. Realmente tolos e detalhes sempre serao qualidade para uns desprezo para outros, mas no fim creio que haja uma forma de mensurar tudo isso, ignorando o que nao for qualitativo e explorando que for prazeroso.

    PS: adorei os seus textos.

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  3. Adorei esse texto, todos temos algo de tolo, por isso nunca devemos julgar ninguém, este pequeno e sensacional texto diz muito pelo seu tamanho... Parabens

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